ROLANDO COM ALGORITMOS: Como aplicar pensamento computacional no Jiu-Jitsu

Na propagação do Budismo da Índia para a China, no séc. I, os sutras sofreram adaptações às ideias e terminologias taoístas e confucionistas. Essas adequações à cultura e compreensão chinesa culminaram no Budismo Chinês, que se fundamentava nos sutras, tradições e rituais.
No início do séc. VI, o
vigésimo oitavo patriarca do Budismo, Bodhidharma, viajou da Índia à China para
reestabelecer a verdadeira essência do Budismo, o dhyāna. Dhyāna
refere-se à um estado meditativo, normalmente traduzido como “meditação”.
Ao estabelecer-se no
Mosteiro Shaolin, Bodhidharma se deparou com monges com a saúde fragilizada
devido a inatividade física. Visando melhorar esse estado, ensinou-lhes
práticas do Yoga e movimentos do Vajramusthi, a arte marcial
indiana. No ensino de dhyāna, Bodhidharma enunciou quatro princípios
essenciais:
·
transmitir sem levar em conta as escrituras;
·
não depender de palavras ou textos;
·
avançar diretamente rumo ao espírito do homem;
·
contemplar sua própria natureza e alcançar a condição de buddha.
Esses princípios
tornaram os adeptos imunes ao pietismo e à fé cega, e formaram a base de uma
filosofia a qual seus seguidores passaram a ser conhecidos como: adeptos do Ch’an.
A palavra ch'an é
a forma reduzida da palavra channa, que por sua vez é a transliteração
chinesa do termo sânscrito dhyāna. O Ch'an é caracterizado pela
busca do autoconhecimento e da Iluminação através da meditação. Enfatiza a
autodisciplina, a percepção da natureza da mente e das coisas e a expressão
pessoal dessa percepção na vida cotidiana, bem como, a importância da
simplicidade e do estado de presença.
No Mosteiro Shaolin, a
fusão do Vrjamusthi com o Wǔshù -
artes marciais chinesas, resultou na primeira forma institucionalizada do que
conhecemos como Kung-Fu Shaolin. Logo, as artes
marciais passaram a ser vistas como formas distintas de praticar o Ch’an.
O Ch’an se propagou
para a Coréia e para o Japão, onde o termo foi transliterado como Zen. No
século XII, o Zen originou duas principais tradições. A simplicidade da
tradição Sōtō, que enfatiza o zazen - meditação sentada, atraiu a
classe camponesa. A tradição Rinzai é considerada uma escola rígida,
com traços mais intelectuais, e, além do zazen, também adota Koans
- enigmas paradoxais em suas práticas, atraiu a classe dos samurais, que
acreditavam que a prática Zen poderia ajudá-los a desenvolver a coragem, a
força interior e a clareza mental necessárias para lutar em batalhas.
O Bushidō -
código de ética dos samurais, que enfatiza a importância da honra, da coragem,
da lealdade e da disciplina, foi moldado e se desenvolveu a partir do Zen,
somado à conceitos do Taoismo, do Confucionismo e do Xintoísmo (religião
ancestral típica do Japão).
Alguns mestres de artes
marciais, como o lendário Miyamoto Musashi, incorporaram os princípios do Zen
em suas técnicas de luta e criaram abordagens que enfatizam a importância da
harmonia entre a mente e o corpo. Ao longo dos anos, muitas escolas de artes
marciais nipônicas integraram os princípios do Zen em suas práticas.
Atualmente no Brasil, a
palavra “zen” é usada como adjetivo para uma pessoa calma, que leva uma vida
com serenidade, tornando-se uma interpretação muito aquém da profundidade de
seu significado original.
Fritjof Capra diz que o
Zen é uma combinação única das filosofias e particularidades de três culturas
diferentes. Trata-se de um modo de vida tipicamente japonês, muito embora
reflita o misticismo indiano, o amor taoísta à naturalidade e à espontaneidade
e o sólido pragmatismo da mente confucionista.
Thiago
Caitanya ©2020
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